sexta-feira, 17 de junho de 2011

Abertas as inscrições para Simpósios Temáticos e Mini Cursos

Clique aqui:     FICHA PROPOSTA
Observação : A ficha proposta não é habilitada para edição, portanto copiem e colem o formulário em outra página do word e enviem como anexo. 

RESUMO (veja abaixo normas da formatação):

Regras para o envio de propostas:
1.     Poderão encaminhar propostas de Simpósios Temáticos e Minicursos, alunos da graduação em História e outros cursos ou da pós graduação ou mesmo que já tenha concluído e seja profissional na de educação. As propostas, tanto de Simpósios Temáticos como de Minicursos, deverão ser feitas por meio de formulário que esta aqui disponível  a partir de 18 de junho de 2011 até 19 de agosto de 2011 e devem ser enviados para o e-mail iiepbeh@hotmail.com.
Os resultados das proposições aprovadas sairão dia 22 de agosto de 2011, no mesmo dia serão abertas as inscrições para submissão de resumos na modalidade de comunicação oral assim como terão início as inscrições para participação em mini-curso. O  prazo final para envio de resumos é 16 de setembro. As cartas de aceite serão enviadas até 20 de setembro e a data limite para envio de trabalho é 01 de outubro
2.     Coordenadores de simpósio e apresentadores de minicurso não pagam inscrição, contudo, se quiserem também submeter trabalho para publicação, a inscrição precisa ser paga.
3.     Cada pessoa pode propor UM simpósio e um mini-curso, sendo o limite de TRÊS proponentes por simpósio e também para mini- curso.
4.     As propostas devem ser alinhadas com o tema do evento, sendo desconsideradas as que não obedecerem a essa regra.
5.     Os resumos das propostas para SIMPÓSIO, que deverão constar no formulário, obedecerão à seguinte formatação: Texto justificado; Fonte: times new roman; Tamanho da fonte 12; Espaçamento: 1,5; Dimensão: até 3.000 caracteres, incluindo espaços. Cada simpósio terá no máximo 15 trabalhos aceitos e no mínimo 5, tendo menos que esse número de inscritos, o simpósio será vinculado a outro que não tenha completado seu limite e com tema afim.
6.     Os resumos para propostas de mini-curso que deverão constar no formulário obedecerão à seguinte formatação: Texto justificado; Fonte: times new roman; Tamanho da fonte 12; Espaçamento: 1,5; Dimensão: até 3.000 caracteres, incluindo espaços. Deve ser seguido de cronograma de execução, material necessário para ambos os dias. Cada mini-curso terá no máximo 30 participantes e no mínimo 10, tendo menos inscritos que esse número, o mini-curso será cancelado.


quinta-feira, 16 de junho de 2011

A CULPA É DO BIRÔ ,Júnior Flor


A CULPA É DO BIRÔ
"As paredes da cidade, os livros, os espetáculos e os eventos educam - no entanto, agora eles parecem, principalmente , deseducar os habitantes. Comparem as lições dadas aos cidadãos de Atenas (mulheres e escravos incluídos) durante a representação das tragédias gregas com o tipo de conhecimento que hoje é consumido pelo espectador(...)"(Castoriadis)

      A idéia da culpa é algo presente no ser humano desde os primórdios da humanidade. Alguém sempre tem de ser culpado por algo. Onde existe a idéia da culpa, existe seu contrário, o inocente. E assim a humanidade vem vivendo sua curta vida. Uns culpando os outros, necessariamente, inocentando os demais.
      Podemos entender culpa enquanto ação negligente, ou mesmo como uma falta voluntária, se concordarmos com o Dicionário Aurélio. O inocente vem a ser aquele que não causou dano, portanto, isento de culpa.
      Bem, não estamos aqui para discutir culpados ou inocentes. Então qual o motivo destas rápidas palavras? A resposta vem a ser outra pergunta: Qual o motivo delas estarem presentes sempre quando se fala em Educação? Em Aprendizagem? Em defasagem na Aprendizagem? Quem é o culpado? O aluno? O Professor? A teoria pedagógica? O livro didático? O atual tecido social?
      As perguntas são infinitas, como infinitas são as respostas para as perguntas postas.
      Como certa vez afirmou o historiador Eric Hobsbawm: “É mais fácil formular perguntas que respostas...” , e que verdade esta, se é que existe uma verdade. Não é este o momento ainda para discussão sobre tal palavra denominada de verdade. Para não irmos discutir a idéia de verdade.
      Estamos no período de retorno às aulas. No Brasil inteiro alunos alegres, outros tristes. Pais alegres por seus filhos irem aprender, outros por eles não estarem em casa naquele turno. Professores participando de semanas pedagógicas em escolas no Brasil inteiro. Alguns leram algo nas férias, outros, nenhuma página. Alguns reclamam dos baixos salários, outros por ter chegado a hora de rever aquele aluno. Lembra? Aquele do ano passado. Uns poucos sorriem de contentamento pela volta a seu habitat: a sala de aula.
      Mas, voltemos ao aparecimento da idéia da culpa, e do culpado, na educação. Não me perguntem, pois não tenho a resposta, do exato momento em que esta idéia apareceu no terreno educacional. Acho necessário refletir sobre a Educação, e não em parte dela. Qualquer reflexão sobre parte do processo educacional será um atentado a Educação. Educação é um todo, não uma parte.
      Pedimos ajuda, novamente, a Eric Hobsbawm quando relatando as lições dadas a ele por um professor relata: “As pessoas em função das quais você está lá (disse meu próprio professor), não são estudantes brilhantes como você. São estudantes comuns com opiniões maçantes, que obtém graus medíocres na faixa inferior das notas baixas, e cujas respostas nos exames são quase iguais. Os que obtêm as melhoras notas cuidarão de si mesmos, ainda que seja para eles que você gostará de lecionar. Os outros são os únicos que precisam de você.” Ou seja, tens coragem de ir para a sala de aula? Ainda queres?
      Estaríamos a culpar, então, o professor. Não, seria apenas um alerta de como direcionar o olhar. Para onde o olhar do Professor deve ser direcionado? Para aqueles que, geralmente, o professor não quer olhar. Os alunos de pior rendimento. Não somente o professor, a sociedade como um todo. Os chamados “problemas”. Bem, acontecendo isto, o problema reside no professor.
      Afinal, estamos a educar, não para rotular.
      Mas, diante de tantas transformações no tecido social, isto que chamamos de sociedade, onde o alunado tem acesso mais rápido às informações que o professor. Existe uma maior liberdade dentro do lar e tantas outras situações novas para a sala de aula que o professor, neste parágrafo, foi transformado em vítima. Seriam o aluno e sua família os culpados? Mas, culpados de ???!!!
      Acontece que com os péssimos resultados no processo educacional como um todo é natural a busca de quem errou, no caso, do culpado. Na berlinda ficam sempre: professor, aluno e família. Mas, não esqueçamos a Escola. A Escola parece ter parado no tempo e espaço tantas são as transformações que a sociedade atravessa. Não podemos ter um aluno que tem acesso a tudo, de repente ter tudo dele retirado. Parece que o meio termo não apareceu para esta situação.
      O meio termo tem nome: limite.
      Pior, não podemos ter um professor refém de quem está livre, o aluno, e ele somente a ensinar. Chegamos, então, em um rótulo antigo que o professor faz de conta de passar alguma coisa chamada conteúdo, e aluno de apreender. Seriam os dois culpados? Ou ambos inocentes? Se ambos são inocentes a Escola é a culpada.
      Considerando ser a Escola algo físico terminamos por desaguar nas teorias pedagógicas de década tal a ser vivenciada em nossa época. Ou seja, fora de contexto. Mas, será que uma literatura é superada pelo aparecimento de outra? Não. Temos de entender a necessidade de compreensão de o texto passado nos ajudar para a leitura dos novos textos.
      E, ainda, ao lermos um texto sobre educação, ou qualquer assunto, entender a época de sua produção. A época que o autor viveu, conviveu e escreveu.
      Estamos caminhando para inocentar a todos?
      Vejamos.
      Inocentados estão professor, aluno, escola, teorias pedagógicas, .....
      A família? Será a família a megera desta história de falhas na Educação?
      Não.
       A família não pode ser culpada de algo que, em muitos casos, ela desconhece: o processo ensino-aprendizagem. Isto é fato. Alguém poderá afirmar, e tem todo o direito, de que a família de hoje não educa como a de antigamente. E estará correto na afirmação. Mais correto ainda estará se perceber que em cada época a família assume papéis diferenciados. Não precisamos sair a passear pelas décadas de 40, 50, 60, 70, 80.
      A cada década um tipo de família.
      Uma sociedade, um filho diferente em um tecido social mutante.
      Da mesma forma que a educação é transformadora, a sociedade é mutante. Os valores não são os mesmos. Necessário se faz esta percepção. Ou seja, é imperioso ver que o aluno de hoje não pode ser ensinado como o de ontem. Cabe a Escola, ao Professor, à Família, as teorias pedagógicas utilizadas hoje de que o aluno não é mais o de ontem.
      Chegamos a outro ponto: todos são culpados e inocentes ao mesmo tempo?
      Talvez seja este o ponto aonde chegamos com nossa Educação.  Some a isto a ausência de investimentos por parte do Estado na educação e a situação é mais delicada.
      Finalmente, quem é o culpado? Quem é inocente?
      Ah!
      Na educação não existe o Mordomo, nosso eterno culpado.
      O culpado é o Birô.
      Isto mesmo, caro leitor, o Birô é o grande culpado.
      Que papel ele exerce na sala de aula hoje? Nenhum.
      Aquela massa amorfa parada entre o professor e o aluno no meio da sala de aula a atrapalhar o processo ensino-aprendizagem. Criando uma distância, ainda maior, entre o professor e o aluno. O aluno passa a temer o birô e o material posto sobre ele, e o professor não sabe como sair para chegar ao seu fiel leitor: o aluno.
      A Escola, os professores, os alunos, famílias, teorias pedagógicas deveriam iniciar, urgentemente, uma campanha junto ao MEC pelo fim dos birôs na Sala de Aula.
      Lembre-se, caro leitor, entre os filósofos gregos e seus discípulos não havia birôs a separá-los.
      Vamos todos, unidos pela educação, como em uma Cruzada, afastar os nefastos birôs de todas as salas de aula do Brasil. Seremos o primeiro em gramática, matemática e ciências em todos os exames.
      Afinal, nos erros cometidos na educação brasileira não existem culpados. Apenas o Birô.
      Afaste-se o Birô.


quarta-feira, 15 de junho de 2011

Multiculturalismo na Educação: PCN’s e as “Diretrizes para o ensino de história e cultura afro-brasileira e africana”. Williams Lima Cabral.

  Universidade Estadual da Paraíba (UEPB)

Resumo.

Este trabalho pretende discutir o multiculturalismo, como ele surgiu e em que circunstância, quais os autores que tratam desse tema, e com isso levá-lo para o campo da educação, como os PCN’s vem tratando essa questão, os cuidados que eles devem ter com os conceitos de cultura, sabendo que os textos que encontraremos nesses documentos não permitem uma idéia unívoca do assunto. Fazemos uso de autores como a Marta Abreu e Hebe Mattos que discutem essa questão nos mostrando que os PCN’s foram textos que antecederam as “diretrizes para o ensino de história e cultura afro-brasileira” reconhecendo que para isso foi mister e louvável a luta do movimento negro. Analisando se atualmente os formadores de professores de história ensinam “na” e “para” uma perspectiva multicultural. Tendo como base a consciência das dificuldades que a educação no país sofre, perspectiva de como usar o currículo para inserir, abordar e discutir a história daqueles que possuem uma história marcada pela opressão e injustiça a exemplo da História afro-brasileira e africana. Defendendo argumentos que propiciem uma identidade individual/coletiva nesse contexto multicultural, no qual a escola é o lugar indicado para essas discussões. Abordando também as idéias expostas no artigo intitulado “Formação de professores/as e ensino de história: a perspectiva multicultural em debate” das autoras Selva Guimarães Fonseca e Regina Célia do Couto que nos darão apoio às nossas colocações acerca do tema.

Palavras-chaves: Multiculturalismo, educação, PCN’s.
   O multiculturalismo surge em território estadunidense não apenas como forma de luta da cultura negra mais como bandeira de luta de outras “minorias” e como abordagem curricular contrária a todo forma de discriminação, de preconceito ou qualquer outro modo de oprimir a cultura do “outro”. A busca inicial era pela superação do racismo e por direitos civis. Os precursores do Multiculturalismo foram professores doutores afro-descendentes, docentes universitários que trouxeram por meio de seus trabalhos questões sociais, culturais, política, etc. São alguns deles George W. Williams, Carter G. Woodson, W.E.B. Dubois, Charles H. Wesley, St. Claire Drake. Estes baseavam-se em argumentos científicos para promover entre populações segregadas a buscar por direitos iguais. O multiculturalismo é também uma estratégia política de reconhecimento e representação da diversidade cultural existentes nas escolas e não se pode entendê-la dissociada às lutas de grupos que tem suas culturas oprimidas.
    Para discutirmos multiculturalismo na educação hoje devemos nos ater a questão do processo de globalização e neoliberalismo que vivemos, os quais divulgam um padrão de cultura, de modo de ser que impede os indivíduos de exercerem aquela cultura na qual estes fazem parte. Pensar como a educação lida com isso é questão primordial para o aperfeiçoamento tanto do profissional como do entendimento deste caminho. Essa concepção e experiência pedagógica surgiram nos Estados Unidos no inicio do século XX, justamente inicio do processo de globalização, percebido na época pelo filosofo Theodor Adorno. Foi exportada para a Europa com a intenção de enfrentar as questões econômicas, políticas, religiosas, etc. que circundavam não só estes territórios, mas vários outros que estavam a ser cooptados pela globalização.
    Diante disso devemos perceber nosso quadro atual, marcado pela revitalização do capitalismo no qual existe um processo de universalização do capital e o crescente aumento dos intercâmbios culturais, que se tornou uma prática também cooptada pelo capital se vermos o enquadramento dos passeios turístico por locais que para esses o diferente é exótico, é atração turística, em um processo de verdadeira “safarização” do homem pelo homem. Sobre isso Valente argumenta (1999): “Aceitar as diferenças e enriquecer-se com elas continua a ser um problema que hoje ninguém sabe resolver porque supõe o reconhecimento da alteridade”. 
     A globalização faz com que surja aqueles grupos que se sentem sufocados e que lutam pelo reconhecimento e respeito pelas suas culturas e pelos seus costumes, algumas vezes fazendo surgir conflitos e revoltas geradas por conta disso. Saber tratar o multiculturalismo na educação como meio de se ter nas salas de aula maior aceitação das diferenças é um ponto primordial para a preparação de educadores que terão consciência do quadro social, econômico, cultural, religioso e estrutural que ele encontrará nas salas de aula a fora. Discutir como tratar, por exemplo, de histórias de sociedades nos livros que trazem abordagem de cunho altamente preconceituosa, não altera e que impõe uma cultura uniforme em um contexto multicultural, esse é um dos desafios do professor nesse contexto da educação.
     Nessa fase de questionamentos podemos nos deparar com a situação em que se encontram os PCN’s,será que estes documentos estão sendo avaliados ou até mesmo sendo criados da maneira a se perguntar sobre tais questões multiculturais, pois em um país onde a diversidade cultural é inerente ao seu povo, a diversidade deve ser respeitada em detrimento de uma cultura globalizante que uniformiza as sociedades e depressa os diferentes. Os professores irão ter pela frente a função de lidar com a diversidade dos estudantes bem como com essa cultura capitalista que degenera e deixa no esquecimento conceitos importantes para o convívio social como o conceito de alteridade e até mesmo o de diversidade.
    No artigo intitulado “Formação de professores/as e ensino de história: a perspectiva multicultural em debate” de Selva Guimarães Fonseca e Regina Célia do Couto levantam estas questões baseadas na formação dos professores e analisam os parâmetros curriculares no ensino de História no país, perguntam-se ainda se as instituições formadores de tais professores trabalham com a pluralidade cultural e outra pergunta levantada é se os formadores de professores de história formam “na” e “para” uma perspectiva multicultural.
     Para Fonseca a formação dos professores a partir de uma perspectiva multicultural acarreta uma mudança de postura e também pedagógica no decorrer de sua experiência enquanto docente. Citando McLaren a autora afirma que assumir uma postura multiculturalista é “compreender a representação de raça, classe e gênero como resultado de lutas sociais mais sobre signos e significações”.  Ainda baseado neste autor Fonseca e Couto discutem as diferenças como sendo uma construção histórica, como um produto histórico, “é sempre o produto da história, cultura, poder e ideologia. A diferença ocorre entre dois grupos e deve ser compreendida em termos das especificidades de sua produção”. Para a obtenção de uma transformação social segundo as autoras, é preciso ter em mãos o multiculturalismo crítico, que viria a desmantelar o projeto hegemônico que rege a sociedade, projeto esse que vê a diversidade como uma mescla de culturas, mas cada uma com seus significados particulares. Para haver de fato uma mudança é necessário transformar as relações sociais, institucionais que criam os significados pondo a cultura como algo homogêneo.
    Aquilo que para Mclaren se constitui como sendo “a questão urgente do novo milênio”, justamente a pluralidade etno-cultural e a necessária política de justiça universal, foram abordadas em 1999 na reunião da Associação Nacional de Pós-Graduação em Educação (ANPEd), questões que ficaram explicitas no titulo do evento, a questão da diversidade e da desigualdade, indicando esta como o principal desafio da educação na fronteira do século. Essa problemática tem sido abordada numa visão do Multiculturalismo em espaços nos quais, a formação docente vem crescendo e sendo discutida e negociada de modo intenso. Conforme Ana Canen pesquisadora do PROEDES(UFRJ) que trabalha com as teses e dissertações sobre o que dizem estes trabalhos acerca do multiculturalismo na educação, ela cita vários autores que trabalham com esta temática, a exemplo de Lopes (1999), Moreira (1999) e Silva (1999), estudos que vem tencionando o campo do currículo, trazendo novos olhares e valorização de identidades culturais que estavam, se não já, apagadas ou negadas dos componentes curriculares monoculturais (Eurocêntrico). A pesquisa da Ana Conen vem levantar a emergência de se discutir o multiculturalismo na educação e começando no principio, ou seja, na formação do corpo docente e na construção do currículo, ela tem como base as teses e dissertações elaboradas em 1981 a 1998, encontrados no CD Rom da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação.
     A educação em nosso país sofre com dificuldades diversas, o currículo deve ser pensado de acordo com as necessidades vigentes, de analisar quais as melhores formas de tratar a sua diversidade cultural, mas a deficiência nos currículos é um problema isolado e interno, existem problemas maiores e que externamente são mais conhecidos. A começar pela estrutura física que na maioria das vezes não oferece conforto e segurança para os estudantes, um quesito que também se envolve com o multiculturalismo na educação são as leis das cotas raciais e universais que dividem opiniões e que trazem à tona a deficiência de pessoas pobres e negras conseguirem ingressar em uma universidade publica. Sabemos que tudo se relaciona com o processo da história que existiu em nosso país, o qual excluiu e ainda o faz, o negro, índio, ciganos, pessoas pobres no geral que se vêem afastados da educação como se isso fosse natural, algo que se configura em uma questão de educação de base, pois como os professores não trabalham muito a história cultural desses povos de forma a “normalizar” seus costumes e suas crenças, fazendo com que o problema fosse amenizado, se não existir um incentivo maior por parte dos professores e do estado nessa empreitada? A formação de um corpo docente capaz de levantar tais questões e discuti-la em seu cotidiano, porque aquilo que faz com que culturas outras sejam excluídas do processo educacional, social, econômico, etc. age cotidianamente.
    Defendemos argumentos que propiciem um reconhecimento identitário individual em um meio onde se é possível encontrar um multiculturalismo, na construção das diferenças e valorização e ampla discussão de alteridade, fundamental para o respeito e convívio recíproco.  E o local onde estas discussões devem ser efetivadas é justamente nas escolas, devem ser sempre lembradas nas salas de professores, devem ser registradas nos documentos curriculares e estampada em cartazes por todos as escolas, sejam elas particulares ou publicas.
    Algo que como já mencionamos é tarefa árdua, pois na realidade as diferenças que são pautadas pela sociedade são as que tem como pontos as desigualdades, e a noção de superior x inferior, é uma diversidade forjada na hipocrisia social que segue um padrão estabelecido e todos outros existentes são colocados como exótico, do mal, a diferença é tratada como se isso fosse uma anormalidade incoerente, que, por exemplo, a existência de monoteístas e politeístas convivendo em espaços iguais, mas que aqueles que crêem em um único Deus, insistem em julgar os deuses de outras pessoas como maligno, ou apregoando adjetivos negativos com o objetivo de depreciar a cultura do outro.
   Essas discussões acerca das dificuldades encontradas na questão multicultural na educação são difíceis de serem discutidas, pois a diversidade de costumes, tradições, culturas entre outros vários aspectos sociais, não recebem à atenção devida, em um universo onde o igual é divulgado como sendo o normal, o aceitável faz com outras culturas sejam “sufocadas” E é dessa forma que esta polemica questão é abordada, parece fácil, entretanto é deveras complexa, uma possível solução que vamos encontrar a médio e curto prazo vai ser pautada em diálogos constantes e exaustivos, nos quais com certeza irão surgi as diferenças impostas pelo sistema e a tentativa de hegemonia desse, leia-se a identidade “eurocentrícanorteamericananizada”, cristocentrica, capitalista e preconceituosa, é preciso está atento e forte para que não haja de fato o reconhecimento de tal pensamento, que seja respeitada de fato e de lei o multiculturalismo na educação como forma até de buscar  o diálogo com os estudantes, discutir como diversos grupos foram construídos e que as diferenças também são socialmente construídas  . Não é algo utópico estas questões, pois sabemos que a partir do momento que conseguimos aceitar o outro inicialmente nas salas de aula como ele é, alteramente, veremos que a tolerância o respeito e valores até então quase que esquecidos coletivamente irão surgir de forma efetiva
    O ensino de história que trate de questões relativas às diversas sociedades e suas culturas tem um papel quase que de responsabilidade com a educação de estudantes diversificados. Paiva analisa da seguinte forma: “A idéia de uma história estática, factual, que parou no tempo e deve ser decorada, é muito contrária à dinâmica do mundo hoje. Formar professores de História na perspectiva multicultural, da forma como eu entendo, é, exatamente, formar profissionais gabaritados, competentes para fazer com que outras tantas milhares de pessoas, de estudantes, possam realmente compartilhar do mundo, no qual ele se insere, no mundo que eles constroem”. ( Paiva: UFMG).
   A perspectiva multicultural na educação é primordial para que tenhamos crianças, jovens e adultos capazes que ver no outro a diferença a ser respeitada, reconhecer que existe uma variedade de pensamentos que podem ser ou não convergentes mas que mesmo assim convivem no mesmo território, na mesma escola ou bairro e que a comunicação entre essas diferenças é que traz o enriquecimento cultural, intelectual, e ocorre um melhoramento no caráter que é construído por este respeito que sempre deve ser mútuo.
Referências bibliográficas.
BOTLER, alice happ. In: Educação, multiculturalismo e ética.

CANEN, ana, ARBACHE, ana paula, FRANCO, monique. In: Pesquisando multiculralismo e educação: o que dizem dissertações e teses.

FONSECA, guimarães selva. COUTO, regina célia. In: Formação de professores/as e ensino de história: a perspectiva multicultural em debate.

SILVA, maria de albuquerque da, BRANDIM, maria rejane lima. In: Multiculturalismo e educação: em defesa da diversidade cultural.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Seja Bem Vindo (a)

O Encontro propõe a discussão do tema: “Desafios do ensino de História na Paraíba: Formação e Currículos”
Sua realização será de grande importância não somente para os estudantes e profissionais  de História, mas  para  a  comunidade  científica  e  para  a  sociedade  como  um todo.  O II EPBEH  possui  um  caráter  acadêmico,  científico  e  cultural,  tendo  em sua programação  uma  série  de  debates,  conferências, mini-cursos,  apresentação  de pesquisas desenvolvidas  por  estudantes  e  profissionais  através  das  comunicações  livres,  grupos  de discussões, manifestações  artísticas  e  shows musicais.  Atividades como estas despontam como importantes oportunidades para  a  apresentação  de  significativa  parte  da  produção científica e artística da região, valorizando assim os costumes e cultura regional. 
  Desta maneira, será inestimável o valor de um evento desta natureza para a formação do  público  ao  qual  o II EPBEH  se  destina  que  sairá  com certeza  enriquecido  com  um  bom volume de conhecimentos adquiridos, e  também pelo  intercâmbio,  fruto do convívio entre estudantes e professores dos diversos lugares que se farão presentes.   
É  importante  a  abordagem  e  reflexão  sobre  a  temática  afim  de  que  se  possam  perceber as novas exigências curriculares e como lidar em sala de aula com temas polêmicos que são tabus em nossa sociedade, além de buscar outros elementos que compõe o ensino no estado.   A educação no nosso estado está  inegavelmente ligada a processos de cunho político, econômico e social  que devem  ser  amplamente  debatido.  O debate dessas questões é  de extrema importância para podermos analisar e discutir quais são as peças que faltam para podemos melhorar o mínimo a educação no estado e conseqüentemente contribuir para uma cidadania mais digna que nos coloque em postos melhores nas estatísticas nacionais que analisam a educação. A discussão acerca da educação se faz necessário tendo em vista que é através dela que é possível transformar efetivamente uma sociedade e ainda que emerge diversas questões sobre o ensino de Historia que se fazem presentes nas salas de aulas.